Artigo original de Paul Perillo.
Os jornais, a TV e as rádios dão algumas respostas, mas não há nada melhor do que poder fazer a pergunta diretamente. E o nosso site oferece essa possibilidade a todos os leitores, numa secção que tem por nome 'Ask PFW'. Até agora ainda não foram colocadas questões em Português, mas ficamos à sua espera. Escreva e pergunte. E para ter uma ideia mais exata da forma como esta secção funciona, vamos apresentar algumas das questões colocadas esta semana pelos leitores norte-americanos.
O desempenho de Jimmy Garappolo, que vai ser titular durante os quatros jogos de suspensão que o quarterback Tom Brady terá de cumprir no início da época, continua a ser o tema mais discutido. O leitor David Sarro perguntou como é que Garoppolo se tem portado quando confrontado com o pass rush e se a linha ofensiva tem feito um bom trabalho.
A resposta coube a Paul Perillo, da nossa equipa de redação, que começou por explicar que nesta altura da temporada o pass rush normalmente não é uma das fases de jogo mais problemáticas para os quarterbacks. A explicação é simples: embora os linemen dos dois lados da linha lutem entre si com bastante intensidade, não são autorizados a atingir o quarterback e por norma até permitem que ele lance a bola mesmo em situações em que poderia sofrer um sack. Nestes primeiros dias de treinos com proteção (pads) a linha ofensiva tem conseguido superiorizar-se à linha defensiva, pelo que Garoppolo não teve verdadeiramente que enfrentar grande pressão, não obstante terem surgido situações em que um dos rushers conseguiu anular jogadas.
Nós não poderemos realmente saber como é que o Garoppolo vai lidar com a pressão enquanto não começar a temporada porque mesmo nos jogos de preparação o ritmo de jogo e a intensidade não são iguais ao que se vê nos jogos a valer. De qualquer forma, têm-se notado aspetos positivos na linha ofensiva - particularmente nos caloiros (rookies) Joe Thuney e Ted Karras.
Para John K., de Scituate, os treinos de conjunto entre duas equipas são mais vantajosos porque permitem aos treinadores combinar quais as jogadas e o sistema de jogo a usar. Dentro dessa ideia, este leitor quer que o técnico Bill Belichick peça aos Saints e aos Bears, equipas que vão treinar com os Patriots, para pressionarem Garappolo, com a pressão vinda de sítios e em alturas diferentes, algo que ajudará igualmente a linha ofensiva e poderá ensinar o jovem quarterback, que é relativamente móvel, a evitar os blitzes.
Paul Perillo acredita que os treinadores têm conversas desse género quando estão a planear estes treinos em conjunto, pois pretendem criar todos os tipos de cenários durante os treinos uma vez que não existem garantias de que essas jogadas venham a surgir quando começarem os jogos. Por conseguinte Bill Belichick certamente irá reunir-se com Sean Payton, treinador dos Saints, e John Fox, dos Bears, antes dos treinos para que cheguem a acordo sobre certos parâmetros e possam preparar adequadamente as sessões de preparação. Não há dúvidas de que Garoppolo terá de ser capaz de lidar com o blitz, porque certamente vai ser testado, especialmente no jogo de abertura contra os Cardinals, equipa que mais utiliza esse tipo de pressão.
Alex Marr considera que por vezes há males que vêm por bem e por conseguinte a ausência forçada de Tom Brady poderá permitir a descoberta de receivers que ainda não assinaram por ninguém e continuam sem clube. Segundo a sua lógica, como Brady não pode ter contacto direto com nenhum dos seus colegas, o clube poderia convidar estes jogadores que estão livres a treinar com Brady para ver se algum deles combina bem com o quarterback suspenso. Seria uma boa maneira de encontrar um outro Chris Harper.
Paul Perillo explicou que esta sugestão não pode ser colocada em prática porque o Tom Brady não pode ter qualquer tipo de interação com ninguém que esteja no ativo. A única hipótese seria, conforme Kevin Faulk sugeriu recentemente, convencer jogadores que já não estão em atividade, antigos colegas de equipa que ainda possam estar em boa forma física, casos de Wes Welker e Randy Moss, a passar algum tempo a ensaiar jogadas com Brady. Caso contrário, Tom Brady terá que ter muito cuidado e evitar problemas durante a suspensão, devido à obsessão que a liga tem em mantê-lo fora do campo.
Alguns dos fãs já estão a olhar para o futuro. Lee Legnon, por exemplo, considera que a ideia de trocar Jimmy Garappolo para outro clube, caso ele consiga boas exibições nos quatro jogos em que for titular, não faz grande sentido. Seria melhor ficar para poder substituir Brady e sugere ainda que, mesmo ficando no banco, é preferível estar numa equipa que é sempre candidata a ganhar o Super Bowl do que ser titular numa equipa que não tem possibilidades de ser campeã.
Paul Perillo explicou que Tom Brady tem contracto até 2019, pelo que para poder vir a substituir Brady, Garoppolo teria de ficar mais quatro anos, e não apenas os dois que falta cumprir no seu contracto. Além disso, embora Garoppolo possa adorar a Nova Inglaterra, o certo é que ele quer jogar. A sugestão indica que um quarterback deve preferir ser reserva na Nova Inglaterra a titular em Cleveland, mas nenhum bom competidor ficaria feliz com isso. É perfeitamente compreensível que Garoppolo queira ser titular noutro lado pois Brady vai continuar a ser o titular com os Patriots. Mas, se alguém pensa que Brady vai sair após a temporada de 2017, altura em que termina o contrato de Garoppolo, então faz todo o sentido renovar com este para substituir Brady. Mas, Parillo não acredita que Brady saia naquela altura e por isso será difícil reter Garappolo para além de 2017.
Mudando de tema, Sean Harper quis saber se Chris Harper tem correspondido às expectativas.
Para o nosso colega de redação, Chris tem jogado bem até agora no estágio - muito semelhante ao que aconteceu o ano passado. Ele tem feito um bom trabalho a desmarcar-se e a receber a bola, tanto durante os exercícios de 7-contra-7, como nos de 11-contra-11. Ele também tem trabalhado imenso como punt returner e saiu-se bem nessas funções. Harper está a enfrentar uma tarefa difícil na luta por um lugar no plantel pois há muitas opções para o lugar de wide receiver mas até agora tem feito o seu melhor para se tornar um candidato sólido.
Lynn Farnham relembrou que Jamie Collins foi trocado supostamente porque os Patriots precisavam de espaço no tecto salarial para poderem renovar com Jamie Collins, Dont'a Hightower e Malcolm Butler, mas até ao momento nada se falou sobre a situação. Será que se registou algum progresso nesta questão?
Muito pouca ou nenhuma informação sobre a possível renovação com estes três jogadores tem sido divulgada, o que para Paul Perillo constitui uma pequena surpresa, embora ainda haja tempo suficiente para se fazer qualquer coisa. A surpresa de Perillo prende-se com o fato de os Patriots frequentemente terem conseguido renovar contractos nesta altura da época, mas até ao momento nada se falou em relação a isso. Para ele, Collins é quem mais o preocupa pois fica livre após o final da temporada e como foi escolhido na segunda ronda o seu contrato é relativamente baixo. Por isso deverá estar à procura de um aumento substancial, algo que poderá complicar um novo acordo. O pouco que se falou neste tema está relacionado com Rob Gronkowski, pois o seu agente, Drew Rosenhaus, esteve em Foxborough no início do estágio e houve sugestões de que estaria a negociar a renovação do contrato.
Finalmente, Eric Sivertsen tem alguma curiosidade em saber se Trey Flowers, que no seu primeiro ano na liga teve fases brilhantes, mas viu a temporada interrompida devido a grave lesão, poderá vir a substituir Chandler Jones.
Na realidade, antes de se lesionar, Flowers foi sensação durante o estágio (training camp) e no primeiro jogo de pré-temporada no ano passado, pois segundo Paul Perillo mostrou capacidade para pressionar o quarterback. Mas, embora tenha vindo a dar boas indicações até ao momento e tudo indica que venha a conseguir lugar na equipa, substituir Jones, só por si, é algo que ainda não parece estar ao seu alcance.