A não ser que tenha uma exibição verdadeiramente desastrosa frente ao Miami Dolphins, a defesa dos Patriots vai terminar o campeonato como a menos batida na NFL, pois até ao momento consentiu menos 33 pontos do que Seattle, curiosamente aquela que menos pontos sofreu nas últimas quatro temporadas.
O sector defensivo dos Patriots tem permitido uma média de 15,7 pontos por jogo, o melhor total desde que Seattle consentiu 14,4 em 2013.
Segundo o linebacker Dont'a Hightower, que falou para a comunicação social na quinta-feira, conquistar esse título será importante para o grupo.
"Tenho a certeza que para a nossa defesa é realmente algo muito importante e obviamente isso é algo que nós vamos tentar alcançar," disse Dont'a Hightower. "Esse não tem sido realmente o nosso objetivo, é apenas algo que aconteceu devido às nossas exibições, mas sempre que possamos — o nosso trabalho é evitar que o ataque [adversário] marque pontos — fazer isso e fazê-lo bem, vamos ganhar, e se podermos continuar a melhorar durante esta fase da época será melhor para nós."
Apesar do bom rendimento, os elementos da defesa dos Patriots estão a par de certas críticas que continuam a circular sobre o seu valor. Os comentários negativos sugerem que esta estatística se deve mais ao suposto fraco valor dos adversários do que propriamente à categoria do grupo. As críticas subiram de tom principalmente depois da derrota frente aos Seahawks, na décima jornada, quando a equipa consentiu 31 pontos.
Desde esse jogo, o grupo apertou os parafusos e só tem permitido uma média de apenas 12,2 pontos por jogo. Já não consente um *touchdown *há 140 minutos.
Uma das explicações para esta notória subida de rendimento prende-se com o elevado número de turnovers que a defesa tem vindo a acumular desde o jogo frente a Seattle. E contra os Jets, na véspera do Natal, deu-se mesmo a curiosidade de ter conseguido mais* turnovers* do que pontos consentidos.
A IMPORTâNCIA DOS TURNOVERS
Nos primeiros 10 jogos, a defesa dos Patriots conseguiu nove turnovers, mas a sua produção neste capítulo aumentou radicalmente desde o jogo contra Seattle, pois registou 12* turnovers* nos últimos cinco jogos.
"Os *turnovers *têm sido importantes, temos muitos mais do que no início da temporada, temos registado muito progresso nesse aspeto, temos muitos jogadores a atacar a bola," indicou Dont'a Hightower. "Tivemos jogos onde a bola foi retirada e chegámos atrasados [para a recuperar]. Ultimamente, temos conseguido imensos — temos conseguido arriscar e completado jogadas assim."
"A rapaziada tem feito um grande trabalho nesse aspeto," acrescentou Hightower. "O Logan Ryan faz um ótimo trabalho todas as semanas, oEric Rowe faz um ótimo trabalho. Todos na secundária e não são apenas eles, são os do grupo da frente no jogo corrido, a tentar completar jogadas no exterior. Coisas assim. A rapaziada está a seguir em frente, estamos a melhorar como defesa e queremos ser capazes de pegar na bola e provocar turnovers. Sempre que conseguimos fazer isso, conseguimos sair do campo, three and out, e devolvemos a bola (ao quarterback), Tom (Brady). Sempre que tenhamos a vantagem no tempo de posse de bola e sair do campo nas terceiras descidas, ficamos com a sensação de que somos capazes de ganhar o jogo e jogar muito bem. Se continuarmos a fazer isso durante este período, penso que vai ser muito bom."
Curiosamente, a defesa dos Dolphins passa pela mesma situação, pois há críticos que parecem estar mais interessados nos aspetos supostamente negativos do que nos resultados. O coordenador defensivo Vance Joseph teve uma explicação interessante esta semana, palavras que também se aplicam à defesa dos Patriots.
"Eu gostaria de ter melhores números, mas obviamente não é esse o caso," disse Joseph. "Mas, uma vez mais nós preocupamo-nos é em ganhar e as estatísticas são o que são. Eu estive numa equipa, em Houston, em que tivemos duas vitórias e 14 derrotas e eramos os melhores nas estatísticas defensivas. Prefiro isto."
Na lista das estatísticas, a defesa dos Patriots é oitava em jardas consentidas por jogo, décima em jardas por jogada, mas está muito melhor noutras duas fases, pois é a segunda melhor em primeiras descidas permitidas por jogo, e quarta em eficácia nas terceiras descidas.
Por outro lado, não se pode esquecer que algumas das pedras que têm estado em destaque nos jogos mais recentes chegaram ou no início da temporada, ou já depois do começo do campeonato. Hightower mencionou Eric Rowe, mas não se podem omitir os nomes deKyle Van Noy, Shea McClellin, e Elandon Roberts, os três *linebackers *que têm vindo a melhorar à medida que têm aprofundado os seus conhecimentos sobre o sistema de jogo do coordenador Matt Patricia.
"Nós sabíamos o que é que tínhamos [na defesa] e as estatísticas falam [por si]", disse ainda Dont'a Hightower. "[Dizerem que somos um] trabalho em progresso é uma coisa, mas quando as pessoas dizem que a nossa defesa foi uma [palavrão] ou não presta, isso é outra coisa. Progresso, nós estamos a progredir, absolutamente temos tido muito progresso ao longo do ano, e isso é algo que nós temos feito nos últimos dois anos, e temos que continuar a fazer isso, especialmente depois do Dia de Ação de Graças."
Quem também saiu em defesa do grupo foi o* wide receiver* Julian Edelman, que na entrevista que concede semanalmente à estação de rádio WEEI falou em termos muito elogiosos sobre os seus colegas na defesa.
"Temos um grupo de jogadores que trabalham ao máximo, estão a jogar no sistema e fazem o que precisam de fazer, fazem o que o treinador manda e têm a mentalidade de tentarem melhorar todas as semanas. Sempre que se tem um grupo assim, --e eu digo isto apenas pelas minhas observações, pois o ataque e a defesa estão muito separados durante a semana de trabalho, até chegarmos aos treinos-- que parece que estão a divertir-se, estão a jogar em conjunto, é agradável ver isso quando estou na linha lateral," disse Edelman.
"Eles estão a criar turnovers, mas esta é uma dessas situações em que as pessoas vão dizer o que quiserem," concluiu Julian Edelman. "Mas eles estão a jogar, estão a fazer o trabalho deles, e desde que todos nós continuemos a tentar fazer o nosso trabalho, e a tentar melhorar, que é o que esperamos poder fazer quando chegamos a esta fase da temporada, vamos ser uma máquina bem afinada e preparada para aquilo que nos espera."
Os adversários também mostraram respeito.
"Penso que eles vão respeitar o que temos conseguido fazer no jogo corrido. Eles têm uma grande defesa," disse Jay Ajayi, running back dos Dolphins. "Nós compreendemos que vamos enfrentar um grande desafio."
Malcolm Brown não comenta a despromoção
Frente aos Jets, o defensive tackle Malcom Brown, que tinha sido titular em 13 dos primeiros 14 jogos, só saiu do banco na segunda parte, participando apenas em 16 das 56 jogadas, snaps, pelo que se pode concluir que terá feito, ou deixado de fazer, algo que não agradou à equipa técnica.
Foi sugerido que Brown terá chegado atrasado a um treino durante a semana, pelo que os jornalistas tentaram saber da boca do jogador qual o motivo para esta despromoção.
"Eu não tenho mesmo nada a dizer sobre toda essa situação. Verdadeiramente, não quero falar sobre isso," disse Brown educadamente na quinta-feira, depois do treino.
De seguida perguntaram-lhe se a situação terá sido uma mensagem da equipa técnica e Brown limitou-se a dizer: "não sei o que é".
Na terça-feira o treinador Bill Belichick tinha indicado que "o Malcolm [Brown] tem tido alguns bons momentos. Estamos apenas a procurar mais alguma regularidade."
E realmente Brown tem tido alguns bons momentos, pois foi creditado com 47 tackles e três sacks e teve uma das jogadas mais importantes no jogo, a 12 de Dezembro, frente ao Baltimore Ravens quando registou um safety menos de cinco minutos depois do início do jogo.
E Malcolm Brown conseguiu também dois quarterback hits, cinco pressões, um fumble, anulou três jogadas de bola corrida das equipas adversárias e provocou várias faltas que penalizaram os adversários em dezenas de jardas.
"Neste momento estou apenas a trabalhar. A tentar trabalhar," disse Brown.