O domingo, 18/9, prometia muita emoção para o Patriots, que jogou contra o Dolphins no Gillette Stadium, e para mim, colaboradora brasileira do Patriots Português. O primeiro jogo em casa na temporada foi o primeiro jogo de futebol americano que assisti in loco na vida. E foi tão intenso, que precisei de um tempo para conseguir colocar no papel.
Desde que cheguei aos Estados Unidos, em dezembro, me fascina a paixão das pessoas pelos times da região e, inevitavelmente, me vi envolvida por essa atmosfera. A oportunidade de conhecer melhor a relação dos fãs com o esporte e entender como funciona a NFL é realmente única e preciosa.
Minha primeira experiência no estádio começou pela manhã, no trem que sai da South Station e leva os torcedores à porta do Gillette Stadium (20 dólares ida e volta), bastante organizado, limpo e pontual. Minha lembrança de futebol remete ao clima de tensão dos embates do Campeonato Brasileiro, mas já no trem vi que a vibe aqui seria outra: festa.
Após passar pelo credenciamento, fui à tribuna de imprensa e me deparei com uma impressionante infraestrutura para os jornalistas, com mesas, tomadas, wifi, almoço, bebidas e material de suporte (revistas, escalação). Realmente louvável o esforço da NFL em prover informações corretas e atender aos profissionais da mídia com boas condições de trabalho.
As ensurdecedoras gritarias na chegada do jogador do Red Sox Big Papi (que recebeu uma camisa com seu nome) e na entrada dos atletas do Patriots me causaram arrepio, aquela sensação boa de quando mais de 68 mil pessoas estão felizes e entrando em campo pra jogar junto. O início da partida já foi de celebração, com três touchdowns em uma ótima performance de Jimmy Garoppolo que logo saiu de campo graças a uma lesão. Mas sua caminhada para os vestiários foi sob aplausos da multidão, reconhecendo o desempenho do quarterback.
Lances do Dolphins eram acompanhados de silêncio, um ar de preocupação, palmas para as boas jogadas e muitos gritos para incentivar o Pats a manter a vantagem. A cada down, ponto, pausa, lesão, a equipe de assessoria de imprensa nos informava sobre quantas jardas o time avançou, qual o status da situação, como está o injury report ou qual a pontuação. Ao final de cada quarto, recebíamos estatísticas oficiais e atualizadas. Trabalhoso, mas realmente imprescindível para que pudéssemos passar mensagens com dados corretos aos leitores/espectadores/ouvintes.
Quando do término do jogo, os profissionais da mídia são encaminhados para vestiários e para a sala de coletiva para conversar com o coach e os jogadores. Não posso deixar de mencionar a paciência e atenção dos atletas, que após todo o trabalho ainda atendem inúmeros repórteres assim que saem dos chuveiros, com educação e suporte do staff do Patriots.
Muitos torcedores brasileiros acompanharam minha jornada pelo Twitter e aproveito a oportunidade para agradecê-los por serem parceiros tão bacanas para o jogo e por serem tão apaixonados, mesmo com a distância e o câmbio como empecilhos. Tem sido muito bacana dividir esta experiência com vocês.
Para finalizar, este meu primeiro jogo foi um aprendizado que posso resumir em alguns tópicos: a organização da NFL é uma aula para organizações esportivas, o Patriots tem um papel importantíssimo na vida de seus fãs e de Massachusetts e trabalha mesmo para retribuir, é ótimo ter um atendimento cordial e profissional aos jornalistas, a estratégia do futebol americano é muito maior do que imaginava, o esporte não é puramente violento (como pode parecer quando somos leigos).