Para os jornalistas o prato principal de segunda-feira é o diÔlogo com a equipa técnica para a primeira divulgação de algumas impressões sobre o adversÔrio que se segue, neste caso o Buffalo Bills.
O tema mais focado foi o jogo terrestre de Buffalo, o mais antecipado foi a situação com os quarterbacks dos Patriots. Sobre o primeiro, houve algumas considerações, sobre o segundo serÔ necessÔrio esperar até meio da semana, pelo menos.
"Sim, o jogo terrestre deles cria imensos problemas," reconheceu o treinador Bill Belichick. "O esquema geral que eles utilizam Ć© um desafio pois contem o esquema de leitura-opção, esquemas de defesa Ć zona e alguns esquemas de bloqueios. Cobertura dupla, pullers, bloqueios em combinação; eles tĆŖm tudo isso. TambĆ©m me pareceu que o [running back, Mike] Gillislee lhes deu algumas corridas, boas e fortes, em situaƧƵes de curta distĆ¢ncia e tambĆ©m em situaƧƵes na zona vermelha (red zone). Obviamente, nĆ£o hĆ” melhor do que o [Le Sean] McCoy. A produção que ele tem conseguido Ć© excelente e por isso Ć© muito difĆcil lidar com ele.
"Eles criam muitos problemas diferentes, como eu disse, não apenas com os jogadores, mas também com os diferentes esquemas que utilizam."

Para o coordenador defensivo Matt Patricia, o jogo terrestre de Buffalo "é muito explosivo, com jogadas de avanços longos, e a ameaça adicional é que agora tu tens que lidar com o quarterback. Obviamente, o [Tyrod] Taylor quanto tem espaço é um problema, vimos isso no jogo de ontem [vitória, 33-18, sobre os Cardinals], e depois quando combinava com o [LeSean] McCoy, que tem um arranque em velocidade e excelente visão, e até mesmo com o [Mike] Gillislee quando ele estava em jogo."
Segundo o que foi possĆvel ver no filme da partida, este jogo terrestre mostrou-se mais mortĆfero no interior "porque eles fazem um excelente trabalho a alterar esquemas. Eles tĆŖm esquemas de zona, tĆŖm esquemas de aberturas (gaps). Utilizam os dois, tĆŖm pullers tanto de frente para a bola como do mesmo lado da bola, e com isso eles estĆ£o a tentar criar uma divisĆ£o ou separação na defesa e proporcionar aos backs, ou atĆ© mesmo ao quarterback, um pouco mais de espaƧo para poderem transformar essas jogadas em jogadas muito rĆ”pidas, o tipo de corrida explosiva que resulta em touchdowns. Ć um jogo terrestre muito complexo. Contem muitas facetas diferentes."
A linha ofensiva "Ć© grande e forte" e por isso, segundo Matt Patricia, "tanto com o coordenador ofensivo [Anthony] Lynn como com [o treinador] Rex [Ryan], eles vĆ£o manter o jogo terrestre e vĆ£o continuar a vir atrĆ”s de nós, por isso Ć© algo que tu tens sempre que conseguir defender em todas as descidas e distĆ¢ncias, o que Ć© sempre muito difĆcil."
Ć preciso cuidado com a mobilidade de Tyrod TaylorĀ

A mobilidade do quarterback Tyrod Taylor "Ć© uma ameaƧa enorme tanto no jogo terrestre como nos passes", mas alĆ©m disso Matt Patricia avisou que ele cria muitos outros problemas com a sua capacidade para "fugir do bolso (pocket), prolongar as jogadas, scramble, correr, ganhar jardas. Ele Ć© muito rĆ”pido, ele Ć© muito esperto, consegue manter a sua visĆ£o no outro lado do campo quando sai do bolso e fazer o passe. Vimos isso certamente nalgumas das grandes jogadas que eles tiveram hĆ” duas semanas onde ele conseguiu prolongar a jogada e fazer o passe, e ter produção e obter pontos nesse tipo de jogada. Os receivers fazem um excelente trabalho a desmarcarem-se nesses tipos de situaƧƵes e os jogadores compreendem que ele tem essa capacidade. Do ponto de vista defensivo, temos apenas de ter a certeza de que estamos a jogar de forma fundamentalmente sólida."Ā
Para o coordenador dos Patriots "jogar de forma fundamentalmente sólida" significa ter um bom plano para pressionar Taylor "porque não queremos deixÔ-lo andar a correr lÔ atrÔs e transformar as jogadas em avanços longos onde os nossos jogadores são obrigados a fazer coberturas durante mais tempo do que desejado. Certamente, todos têm que fazer o seu trabalho, mas o ponto número um é ter a certeza de que todos são responsÔveis nas suas tarefas. Se todos tomarem conta da sua missão naquela altura, esperamos que ninguém tenha falhas na defesa de forma a permitir que ele saia do bolso ou consentir que esse scramble ou jogada prolongada custem caro."
Nada de novo em relação à situação dos quarterbacks dos Patriots

Neste momento a única certeza na situação dos quarterbacks dos Patriots é que Tom Brady tem mais um jogo de suspensão. Jimmy Garoppolo (ombro) e Jacoby Brissett (dedo polegar) estão lesionados, mas não se sabe se são lesões debilitadoras.
Quando lhe perguntaram no domingo qual era a situação dos seus dois quarterbacks, Bill Belichicklimitou-se a responder "vamos dar-vos o relatório das lesões na quarta-feira como sempre fazemos. Isso é o que somos obrigados a fazer. Baseado onde as coisas estão nesse ponto e que vai ser representado no relatório."
O coordenador ofensivo Josh McDaniels, numa intervenção na estação de rÔdio WEEI, de Boston, foi questionado sobre a situação dos dois quarterbacks. A resposta deu um esclarecimento semelhante.
"Eu não sei", respondeu McDaniels. "JÔ não os vejo hÔ alguns dias. Espero que todos continuem a melhorar. Vamos vê-los [terça-feira] e espero que eles estejam preparados para treinar."
Durante a entrevista foi-lhe igualmente perguntado o que Ć© que pensava das declaraƧƵes de Rex Ryan, treinador de Buffalo,Ā
"Olhe, sabe, eu posso estar sentado sossegado e dizer que não me interessa quem vai jogar a quarterback porque sei que não vai ser o [Tom] Brady," respondeu Ryan quando lhe perguntaram se acreditava verdadeiramente na possibilidade de Julian Edelman vir a ser o quarterback dos Patriots. Não me faz diferença quem vai jogar a quarterback. O Steve Grogan pode jogar a quarterback. Se for o [Bill] Belichick a jogar a quarterback, nós vamos ir atrÔs dele, isso lhe garanto."
McDaniels limitou-se a dizer que tem imenso respeito por Rex Ryan, pois "o que ele diz é, geralmente, a verdade, eles vão fazer o blitz e trazer imensos pacotes diferentes cada semana para tentar atrapalhar o quarterback, seja qual for a equipa," disse McDaniels na intervenção na WEEI.
"Eles obviamente jogaram muito bem [domingo] contra Arizona, e nós vamos ter que estar preparados para todas essas coisas, porque ele [Ryan] faz-te sempre andar em bicos de pĆ©s, torna tudo difĆcil. Ele Ć© certamente um dos melhores treinadores defensivos que jamais vamos defrontar."
A incerteza por vezes pode ser uma vantagem
O fato do adversÔrio não saber ao certo quem vai jogar pode tornar-se numa vantagem, na opinião de Josh McDaniels.

"Eu penso que hÔ sempre um elemento do desconhecido quando tu estÔs a lidar com um jogador ou algo que tu ainda não vistes ou observaste," sugeriu McDaniels. "Eu diria que isso é aplicÔvel Ô maior parte das semanas durante a temporada quando falamos sobre os jogadores que estão ativos para o jogo da outra equipa, e eu imagino que seria o mesmo para uma equipa que se estÔ a preparar para jogar contra nós."
"Ć que tu nĆ£o tens tanta informação sobre o jogador ou qualquer esquema que eles possam usar, que depois te obriga a adivinhar algumas coisas Ć medida que o jogo decorre e tu tentas reconhecĆŖ-las Ć passagem do primeiro perĆodo, da primeira parte, seja quando for, só para ter a certeza de que se for algo de novo que tu nunca tenhas visto antes, se Ć© um jogador que nunca defrontaste antes, e nĆ£o tens muito filme [sobre ele], tens a oportunidade de avaliar rapidamente o que se estĆ” a passar, o que se estĆ” a passar no jogo, que tipo de impacto o jogador estĆ” a ter, ou eles estĆ£o a tentar fazer alguma coisa que estĆ” a perturbar o que tu estĆ”s a tentar a fazer com o esquema deles."
Em resumo, falta ainda muita preparação, baseadas nas observações e estudo das filmagens de jogos anteriores onde se tentam detetar tendências. No domingo ficamos a saber quem fez o melhor trabalho de casa.