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LIVE: Patriots Catch-22, 2 PM - 4 PM Thu Nov 21 | 02:00 PM - 04:15 PM

Defesa dos Patriots superiorizou-se ao ataque dos Ravens

Para os críticos, o jogo frente aos Ravens iria expor todas as fragilidades da defesa dos Patriots. Para estes, as estatísticas estavam deturpadas pelo fato de supostamente os Patriots só terem defrontado os ataques mais fracos da NFL. Mas, na segunda-feira à noite, a defesa dos Patriots deu um murro na mesa e contribuiu de forma decisiva para a vitória sobre os Ravens.

Durante a semana, na antevisão do jogo, um dos temas mais explorados foi a suposta fragilidade da defesa dos Patriots. Não obstante entrar em campo igualada com a defesa dos Ravens, que estatisticamente era considerada a melhor da NFL, em pontos consentidos, muitos críticos consideravam que isso se devia simplesmente ao pouco valor dos ataques adversários defrontados até ao momento,

Previsivelmente os elementos do setor defensivo dos Patriots não gostaram, mas sabiam muito bem que o falar é barato, que só os resultados é que contam. E viram neste jogo a oportunidade ideal para calar os críticos, pois do outro lado estava a defesa mais conceituada da liga, o que invariavelmente iria permitir a comparação entre as duas unidades.

Ora, quem olhar para o resultado final continuará com dúvidas, pois permitir 23 pontos a um ataque que está entre os mais fracos estatisticamente, com uma média de cerca de 21 pontos por jogo, sugere vulnerabilidades. Mas, quem assistiu ao jogo, quer ao vivo ou através da televisão, saiu com uma ideia muito mais favorável da defesa dos Patriots, já que 14 dos pontos consentidos foram mais culpa das equipas especiais do que propriamente da defesa.

New England Patriots defensive lineman Trey Flowers (98) sacks Baltimore Ravens quarterback Joe Flacco, left, during the first half of an NFL football game, Monday, Dec. 12, 2016, in Foxborough, Mass. (AP Photo/Charles Krupa)

Este sentimento de revolta, de orgulho ferido esteve bem evidente desde o apito inicial. Na primeira série de Baltimore, uma primeira descida, mas logo a seguir um sack *de Trey Flowers, que conseguiu retirar a bola ao *quarterback Joe Flacco. Porém o árbitro apitou, um tanto prematuramente, para encerrar a jogada e anulou o fumble por considerar que Joe Flacco já estava parado quando a bola lhe foi retirada. 

Depois de* three and out* do seu ataque, os Patriots foram obrigados a fazer o mesmo. Mas, desta feita o returner de Baltimore, Chris Moore, simulou e deixou o punt de Ryan Allen passar por si, pensando que a bola seguiria para lá da linha final. Porém, Jonathan Jones não desistiu, conseguiu alcançar a bola e tocou-para trás, antes que esta transpusesse o risco final, surgindo Matthew Slatter, que regressou após ausências de duas semanas por lesão, a parar o seu progresso na linha de uma jarda dos Ravens.

DEFESA APROVEITA A OPORTUNIDADE

Foi uma oportunidade que a defesa não desaproveitou. Na primeira jogada, Kenneth Dixon foi derrubado por Malcolm Brown ainda dentro da sua end zone, provocando assim o *safety *que colocou os Patriots em vantagem, 2-0.

"O que me parece que aconteceu foi que quando alterámos a nossa frente [defensiva], o guard [de Baltimore], o [Vladimir] Ducasse, em vez de bloquear o Malcolm [Brown], procurou outro bloqueio e isso deixou o Malcolm ali a ocupar o espaço vazio. O* fullback* foi obrigado a tentar fazer a dobra. Não penso que era esse o papel dele," explicou o treinador Bill Belichick durante a conferência de imprensa de segunda-feira de manhã.

 "Em termos atacantes, quando a defesa se movimenta tarde, e tu estás no end zone, há muito barulho do público, e a jogada é iniciada, pode haver uma tarefa falhada ou um pouco de hesitação ou indecisão. A defesa pode ganhar vantagem, por isso penso que foi uma daquelas jogadas em que provavelmente os Ravens cometeram um erro no seu bloqueio ou na sua comunicação… foi mais uma oportunidade de tirarmos proveito do erro do adversário; sendo agressivos e jogando bom football."

Para Devin Mc Courty, um dos capitães da defesa, quando consegue marcar os primeiros pontos do jogo, a confiança da sua unidade aumenta de imediato.

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"Sim, é ótimo conseguir colocar alguns pontos no marcador," confirmou Devin McCourty. "É estranho, porque nós ainda não conseguimos um touchdown na defesa, mas temos três safeties, que é algo que não acontece muitas vezes durante a temporada. Temos que continuar a fazer isso. Porque com o nosso ataque, sempre que a defesa colocar pontos no marcador, trata-se dum bónus adicional."

Saliente-se que este é o terceiro safety *dos Patriots na temporada em curso, feito único na história do clube. O primeiro ocorreu em Cleveland, a 9 de Outubro, quando o *quarterback Cody Kessler teve um fumble que saiu fora do end zone e o segundo surgiu na semana seguinte quando o* linebacker *Dont'a Hightower derrubou Andy Dalton dentro da sua zona final.

Neste jogo o aviso estava dado, a defesa dos Patriots tinha vindo para dar uma imagem real do seu verdadeiro valor e durante todo o encontro pressionou Joe Flacco, ao mesmo tempo que fazia uma marcação á zona muito apertada, eliminando assim os riscos de longos avanços.

"Nós esperávamos ter que enfrentar um pouco mais de marcação homem-a-homem, mais do que aquilo que enfrentámos," disse Joe Flacco depois do jogo. "Tentámos uns dois lançamentos longos. Gostaríamos de ter experimentado mais."

Como os alvos para os passes longos estavam bem cobertos, Flacco chegou a experimentar o jogo terrestre, mas aí os resultados ainda foram piores, pois na primeira parte os Ravens só conseguiram 7 jardas nos quatro transportes, algo que ajudou a estrangular ainda mais o ataque visitante.

"Eles estavam muito recuados a fazer a cobertura," indicou o treinador dos Ravens, John Harbaugh. "Eles fizeram um bom trabalho a ficar por cima das coisas. Os corners [cornerbacks] recuaram imenso para fazer cobertura tripla. Fizeram um bom trabalho nisso, não permitiram avanços longos – melhor trabalho do que nós. Essa foi provavelmente a diferença no jogo."

UM GRANDE SUSTO

Mas, quando tudo estava a correr às mil maravilhas, dois erros consecutivos, a meio do terceiro período, quase deitaram tudo a perder. Com o resultado em 23-3, a 7:08 do terceiro período, o rookie Cyrus Jones não conseguiu controlar um punt, permitindo que a bola fosse capturada por Chris Moore na linha de 3 jardas dos Patriots. De imediato Joe Flacco encontrou Darren Waller para o touchdown.

Na jogada seguinte, no kickoff que se seguiu, foi a vez do capitão das equipas especiais, Matthew Slater, cometer o mesmo erro, entregando a bola aos Ravens na linha de 22 jardas dos Patriots. Segundos depois o passe de Flacco para Kenneth Dixon resultou num segundo touchdown e deixou o marcador em 23-17.

Foi uma mudança incrível num espaço de apenas 85 segundos e colocou toda a pressão sobre a defesa dos Patriots.

Mas, a atitude defensiva manteve-se, o plano de jogo também. E quando uma bomba de Tom Brady para Chris Hogan abriu uma margem mais confortável, a defesa tomou conta do resto, permitiu apenas um field goal e assegurou a vitória, 30-23.

Para quem duvida desta defesa, pode-se mencionar que desde 2001 esta unidade tem limitado os adversários a menos de 20 pontos por jogo (presentemente está em 17,7) em 10 temporadas, máximo que reparte precisamente com os Ravens.

Na época em curso, a defesa dos Patriots não permitiu que os adversários chegassem aos 20 pontos em oito dos 11 jogos disputados.

"O jogo pareceu mais equilibrado devido aos dois turnovers que nós capitalizámos, mas não jogámos o nosso melhor football e todos nós sabemos isso," reconheceu Dennis Pita, tight end dos Ravens.

Curiosamente, Joe Flacco estabeleceu um novo record dos Ravens ao completar 37 de 52 passes, mas a maior parte desses passes foram de curta distância e vários feitos debaixo de grande pressão.

O seu alvo principal, com 61 receções, Dennis Pita, foi limitado a quatro receções que totalizaram escassas 18 jardas em parte porque os defensive ends dos Patriots conseguiram atingí-lo na linha inicial, impedindo assim que conseguisse as rotas habituais e quebrando também o seu ritmo.

"Não houve muitas jogadas livres," explicou Pitta. "Era o que eu estava à espera. Simplesmente, nós não conseguimos jogar ao nível que precisávamos."

"Cometemos muitos erros e eles não o fizeram, e não se pode fazer isso quando se joga neste ambiente", concluiu Pitta. "Tens que estar ao teu melhor nível, senão o jogo fica fora de mão muito rapidamente."

"Eles fizeram cobertura à zona. Tiveram um excelente plano de jogo," disse ainda Steve Smith Sr., o veterano wide receiver de Baltimore.

EM DEZEMBRO TODOS OS JOGOS SÃO IMPORTANTES

Conforme seria de prever os defesas dos Patriots saíram bastante satisfeitos, convencidos que esta unidade continua a progredir semanalmente para que possa chegar aos play-offs na melhor forma da temporada.

"Quando entrámos em campo, na primeira série, o estádio parece que tremia. Estava barulhento. Nós estávamos a gritar para tentar combinar as jogadas. Penso que cheguei a perder a voz. Mas adoro isso," disse Devin McCourty.

"Esta é a altura da temporada em todos os jogos são importantes," acrescentou o capitão defensivo dos Patriots. "Todos estão a jogar para conseguir qualquer coisa. Temos que tentar continuar a seguir em frente…quando chegamos a dezembro, todos os jogos são realmente importantes. Não se trata tanto de recuperar ou tentar corrigir certas coisas. Tu queres tentar jogar o teu melhor sempre que entras em campo para jogar."

Chris Long 101416 3u5a7788.jpg

"O [coordenador defensivo] Matt [Patricia] faz um ótimo trabalho a alternar a jogadas," indicou o defensive end Chris Long. "Muitas vezes só enviamos três no pass rush ou então recuamos e depois misturamos as jogadas mais agressivas. O Matt faz um ótimo trabalho com isso."

"Se conseguirmos juntar aquela primeira parte por duas vezes," será a chave para Chris Long. "Se quisermos ser uma boa defesa, teremos que ser grandes quando surgir uma pequena adversidade [turnovers] e esse será o próximo passo."

"Primeiro do que tudo é uma questão de força mental," concluiu o safety Patrick Chung. "Tu vais ser colocado em algumas situações que não são muito positivas para ti. Por isso, tens que ir lá, jogar à bola e fazer o melhor que possas."

O passo que se segue, que se apresenta bastante difícil, é a deslocação a Denver, no domingo.

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