A sua ausência do treino de quinta-feira não causou grande admiração pois Rob Gronkowskijá falhara o treino na véspera, e também cancelara um evento promocional. O que apanhou todos de surpresa foi a divulgação de que o poderoso tight end dos Patriots estará a caminho de Los Angeles para ser operado às costas, pois supostamente tem uma hérnia discal e um nervo prensado.
Caso se confirme esta notícia, que foi divulgada em inúmeros órgãos de comunicação em todo o país, será a terceira vez que o jogador é operado às costas, o que não deixa de ser preocupante para o seu futuro.
Além disso, desde 2009, Rob Gronkowski também já foi operado ao tornozelo, por quatro vezes ao braço e antebraço, e ao ligamento cruzado no joelho, o que, depois desta ausência, aumentará para 24 o número de jogos falhados devido a lesão desde 2011.
No terreno de jogo, a sua ausência será assim dado confirmado até ao final da temporada. Segundo foi indicado em vários jornais, a recuperação de uma operação destas requer no mínimo oito semanas, pelo que mesmo que os Patriots consigam chegar ao Super Bowl, a sua presença na final será quase uma impossibilidade.
Até ao momento ainda não houve confirmação oficial da situação de Gronkowski, apenas a divulgação da mesma em imensos órgãos de comunicação social.
Para os adeptos dos Patriots é uma notícia muito preocupante. Presentemente, metade do ataque está lesionado. Tom Brady continua a coxear, devido à lesão sofrida frente a Seattle, Chris Hogan não jogou contra São Francisco, Julian Edelman e Danny Amendola ainda não estão totalmente recuperados das lesões da temporada passada e Martellus Bennett não esteve no treino de quarta-feira devido a problemas no joelho e no ombro. Dos* receivers, o único que parece estar saudável é o *rookie Malcolm Mitchell, que tem estado em destaque nos últimos jogos.
Inicialmente as primeiras reações apontavam para o fim da candidatura ao título, mas é óbvio que os Patriots continuam a ser uma equipa extremamente talentosa. Os Patriots ganharam os três jogos que Gronkowski falhou e também venceram o Houston Texans e o New York Jets, dois encontros em que Rob Gronkowskipraticamente não jogou. Por isso, será tudo uma questão de alterar os planos de jogo e depender mais de algumas das outras armas letais do ataque.
MARTELLUS BENNETT ASSUME MAIOR IMPORTÂNCIA
Quando foi adquirido a Chicago, em Março, Martellus Bennett foi considerado como o complemento ideal para Rob Gronkowski no ataque dos Patriots. Além disso era também visto como o melhor substituto possível caso Gronkowski, propenso a lesões, tornasse a falhar alguns jogos devido a lesão.
E as duas ideias acabaram por se tornar realidade. Quando estiveram os dois juntos em campo, os dois saudáveis, formaram uma dupla quase imparável, mas infelizmente para os Patriots o que receavam também se tornou realidade pois Rob Gronkowski provavelmente não jogará mais esta temporada.
Na quinta-feira os jornalistas bem tentaram obter um comentário sobre a situação do colega de equipa, mas Martellus Bennett não se mostrou nada interessado em falar sobre as lesões.
Antes do treino limitou-se a dizer que a sua principal preocupação "é ter a certeza que estou preparado para jogar," tendo acrescentado que "a única coisa que posso controlar é o que está a acontecer com meu corpo. Cortar a minha relva antes de cortar a das outras pessoas."
Intrigados com esta referência ao corte de relva, os jornalistas quiseram saber o que pretendia dizer.
"Eu só uso essa analogia porque muitas pessoas tendem a tratar dos jardins das outras pessoas e nunca se preocupam com as ervas daninhas no seu próprio jardim," explicou Bennett. "Devido a isso, o seu jardim fica inundado com ervas daninhas e a flores morrem. Mas as flores da outra pessoa estão ótimas, porque tu estás todo preocupado com o que ela faz, com a terra dela, com o estrume e a sua trampa de vaca."
Como estivera ausente do treino de quarta-feira e tinha falhado algumas jogadas no jogo contra os Jets, depois de ter batido violentamente com o joelho no chão, perguntaram-lhe como se sentia.
"Muito bem," respondeu Bennett. "Apenas entusiasmado com a possibilidade de tornar a competir e estar em campo esta semana."
Depois do treino, quando já se sabia que Rob Gronkowski provavelmente vai ser operado às costas, os jornalistas quiseram saber o que iria mudar com a ausência do colega.
"Eu tenho feito a mesma coisa o ano inteiro," respondeu Martellus Bennett. "Para mim [não muda] nada. É ser consistente. É a mesma coisa para mim."
Sabe-se que sofreu uma lesão no ombro frente a Cleveland, na quinta jornada, que um dos joelhos não está muito bom, e que o tornozelo também lhe tem dado problemas, mas Martellus Bennett ainda não falhou nenhum jogo, tem mostrado uma grande tolerância contra a dor e tem sido um dos destaques da equipa, quer a receber, quer a bloquear. Até ao momento esteve em 591 jogadas, ou snaps, cerca de 78 por cento, um total apenas superado por Julian Edelman, que esteve em 633.
Nesses 11 jogos teve 42 receções, totalizando 540 jardas e quatro touchdowns.
O outro tight end na lista dos Patriots é Matt Lengel, que fez a sua estreia em São Francisco, onde participou em seis jogadas. Ainda está à espera da sua primeira receção na NFL.
TEMPO PARA PREPARAR ALTERAÇÕES
EmboraRob Gronkowski seja a arma principal no arsenal dos Patriots, a equipa técnica tem opções ao seu dispor para poder alterar o plano de jogo, mas mantendo sempre grande eficácia. Contrariamente às temporadas de 2011, 2012 e 2013, quando Gronkowski surgiu debilitado ou esteve ausente dos play-offs, deste feita há mais tempo para preparar tudo.
Em Foxboro, quando falta um jogador, outro avança para o seu lugar. As lesões são uma constante na NFL, por isso há que estar preparado quando elas aparecem.
"Faz parte do nosso jogo," disse o coordenador ofensivo Josh McDaniels na sua intervenção na terça-feira. "É parte do que acontece todas as semanas. Faz parte da nossa preparação, especialmente quando entramos na semana do jogo e não temos 100% de certeza se vamos ter esses jogadores, porque eles estão em dúvida, ou estão a recuperar de uma lesão."
O mesmo sucede quando as lesões surgem durante o próprio jogo.
"Temos que estar preparados para colocar outro jogador na mesma posição ou se estivermos sem jogadores para essa posição, o que, durante um breve período de tempo aconteceu no jogo na outra noite [frente aos Jets], quando o Marty [Bennett] esteve fora algum tempo, o Gronk [Rob Gronkowski] já estava fora, e a partir daí ficámos reduzidos aos jogadores que ainda tínhamos," explicou McDaniels. "Penso que os nossos jogadores têm feito um grande trabalho a abraçar essa responsabilidade quando ele surge. Nem sempre é fácil."
Nos últimos jogos McDaniels tem mostrado a sua veia criativa. Frente aos Jets colocou um wide receiver junto aos running backs, atrás de Tom Brady, várias vezes utilizou Dion Lewis e James White simultaneamente, e chegou mesmo a utilizar um passe duplo, com Tom Brady a lateralizar para Chris Hogan, tendo este feito o passe para Malcolm Mitchell.
Calcula-se que haverá um maior envolvimento de jogadores como Danny Amendola, que até ao momento tem estado em campo durante apenas 33 por cento das jogadas do ataque, e até mesmo de Malcolm Mitchell, que registou os três primeiros *touchdowns *da sua carreira nos dois últimos jogos. Os colegas de sector são Julian Edelman e Chris Hogan.
Portanto a eliminação das jogadas com dois tight ends significa que passaremos a ver mais jogadas com três receivers e dois* running backs*.
Dois dos running backs, Dion Lewise James White, são igualmente opções no jogo aéreo. No caso específico de Lewis, o tal jogador de arranque explosivo e estonteantes fintas de corpo, convém não esquecer que estamos a falar de alguém que acaba de regressar de prolongada lesão e que decerto irá melhorar gradualmente com os próximos jogos.
"Sinto-me bem. Estou a melhorar todas as semanas," disse Lewis, "Estou a regressar ao meu ritmo. Nas últimas duas semanas, senti-me bem e estou a tentar tirar partido."
Durante a ausência tentou manter-se "positivo, continuei a trabalhar, e sabia o que tinha que fazer. Se fosse fácil toda a gente o poderia fazer, mas nem todos conseguem."
Desde o seu regresso, já fez 11 corridas, totalizando 47 jardas, uma média de 4,3 jardas por corrida, e teve sete receções para 60 jardas, uma média de 8,6 jardas por receção.
Frente a São Francisco esteve em campo durante 21 jogadas, contra os Jets participou em 23, algumas juntamente com James White, a tal combinação que poderá vir a ajudar a compensar a ausência de Rob Gronkowski.
"Apresenta algumas opções diferentes para uma defesa," explicou o treinador Bill Belichick quando foi instado a comentar esta inovação de Josh McDaniels. "Se tiveres um tight end e um [running] back lado a lado, penso que eles vão ter a certeza que o tight end não vai receber a bola no jogo terrestre. Mas, quando tens dois backs lá dentro, a história é um pouco diferente. Como é que [a defesa] vai lidar com eles? É outra maneira de usar esses jogadores e colocar mais lenha no fogo para a defesa para que eles sejam obrigados a fazer qualquer tipo de ajustamento".
No que se refere à equipa técnica dos Patriots, uma coisa é certa, ninguém vai surgir em público para lamentar a ausência de Rob Gronkowski. Josh McDaniels e Bill Belichick vão criar alternativas, possivelmente já no domingo, frente ao Los Angeles Rams.