Nunca tinha feito nenhuma receção na NFL. Desde que os Patriots o foram buscar ao practice squad de Cincinatti, a 2 de Novembro, imediatamente após a lesão de Rob Gronkowski, Matt Lengel tinha participado num total de 39 jogadas, snaps, seis contra os 49ers, seguidas de 10 frente aos Rams, depois oito contra Baltimore e 15 em Denver. Mas, receções? Nenhuma. Até que, com 2:47 por jogar no segundo período do jogo do passado domingo, conseguiu libertar-se de marcação e quando se virou a bola enviada por Tom Brady foi-lhe cair direitinha às mãos. O touchdown aumentou a vantagem dos Patriots para 20-0 e o jogo ficou praticamente decidido.
Conforme seria de prever, a vida pessoal de Matt Engeltrocou.
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Ao fim de algum tempo fui obrigado a desligar o meu telemóvel, tentar desfrutar do dia, do feriado e também do dia dos meus anos [na terça-feira]. Passado algum tempo, a minha noiva está na cidade, tive que desligar o telefone," explicou Lengel. "O jogo foi ótimo. Nós assistimos ao filme, e há muitas coisas ainda para aprender e tentar corrigir esta semana nos treinos."
Lengel, que passou 2015 e o início da temporada de 2016 no practice squad, do Cincinnati Bengals, está a esforçar-se por manter uma abordagem humilde a esta situação, pois sabe muito que tudo pode mudar de um dia para o outro.
"Toda a gente quer saber quem eu sou," disse Lengel. "Eu não presto atenção ao telefone. Não ouço o Twitter. Não ouço essas coisas. Para mim sempre foi — é uma loucura a quantidade de pessoas que me contactaram ou onde eu vi o meu nome. A minha família tem-me enviado artigos que eu não tinha visto antes, e várias outras coisas. Ao mesmo tempo, tenho estado sentado com a minha noiva, e estamos a tentar decidir onde nós vamos sair para ir jantar. Nada muda. Estou grato porque Deus deu-me uma memória curta, algo aconteceu mas amanhã vou ter que tornar a acordar cedo e vir trabalhar."
Não obstante toda a atenção que tem recebido neste últimos dias,Matt Lengel não se esquece do que passou para chegar a este fase da sua carreira.
É TEMPO DE REFLETIR
"O que é bom em relação à época das Festas e ter dois dias de folga, é que nos permite refletir sobre certas coisas. Nos últimos dois meses tem sido energia elevada, ansiedade elevada, stress elevado, mas nos últimos dias estive sentado com a minha família na receção do hotel e refletimos sobre algumas coisas, pensámos sobre isso," confessou Lengel. "Mas, ser atleta e jogar na NFL é mesmo assim, seja qual for o dia, tens que vir no dia seguinte porque vai ser uma semana nova, um adversário diferente, é tudo novo. Infelizmente não se trata de receber um passe para touchdown e isso já me permite deixar de trabalhar. Tenho que seguir em frente, ter memória curta, para o bem e para o mal."
E Matt Lengelreconhece que vai ter que continuar a trabalhar e melhorar cada vez mais para poder assegurar a sua continuidade na equipa.
"Sem dúvida. É preciso ver o filme [dos jogos]," indicou Lengel. "Eu penso que desde que cheguei cá tenho melhorado em imensos aspetos, mas só, por exemplo, nos bloqueios, o movimento dos pés, a colocação das mãos, a alavancagem do corpo, por vezes temos três das quatro componentes que estão bem, mas para ser um grande bloqueio tens que ter todas as quatros componentes. Para que isso aconteça é preciso ver o filme, escutar o que os treinadores dizem e tentar ir para o campo e estar mais bem concentrado."
Durante a conferência de imprensa de terça-feira, o treinador Bill Belichick foi instado a comentar o desempenho do seu* tight end*, já que este mostrou bastante agilidade para alguém com o seu tamanho (6 pés-7, 2,01 metros; 266 libras, 121 quilos).
"Muitos destes jogadores que são compridos, quer seja um jogador como o Randy [Moss], eles galgam muito terreno mesmo só com um par de passadas," respondeu Bill Belichick. "E às vezes até nem parece que eles estão a correr tão depressa como um jogador com um passo mais curto, mas na realidade eles estão a correr mais depressa e a cobrir mais terreno."
TREINADORES ESTÃO BEM IMPRESSIONADOS
"Ele corre bem nos treinos. Consegue cobrir terreno a descer no campo, mas uma vez mais, o comprimento definitivamente faz parte disso, porque quando se faz um passe para um jogador alto, quer seja o Randy ou o Rob [Gronkowski] ou o[Matt] Lengel, o alvo é muito maior e por isso não é necessário ter uma separação tão grande, nem adiantar-se tanto ao defesa que está a fazer a cobertura. Basta apenas estar um pouco atrás dele e ter algum espaço onde o quarterback possa colocar a bola."
O coordenador ofensivo Josh McDaniels também ficou bem impressionado com o trabalho que Matt Lengel tem feito desde que chegou a Foxboro.
"Sim, O Matt [Lengel] tem trabalhado arduamente desde que cá chegou," acrescentou Josh McDaniels. "Ele tem demonstrado capacidade para competir e fazer coisas no lugar de tight end que nos pode ajudar a ganhar, quer seja a avançar no terreno, a receber a bola, a bloquear, na proteção por altura do passe. Há muitas coisas diferentes que exigimos àquela posição e ele realmente tem tentado fazer o máximo que pode para se adaptar a isso, para que possa desempenhar as suas tarefas no dia do jogo."
O rendimento de Matt Lengel tem surpreendido porque estamos a falar de um jogador que teve apenas 34 receções, totalizando 367 jardas e dois* touchdowns, durante a sua carreira universitária, na Eastern Kentucky. É único reserva dos Patriots a *tight end, depois da lesão de Rob Gronkowski.
"O Matt tem trabalhado arduamente para nós, tem feito um bom trabalho a aprender o [sistema de jogo] ataque, a aprender a terminologia e coisas diferentes que nós fazemos e a que ele não estava habituado," concluiu Bill Belichick. "Ele completou algumas boas jogadas que que estávamos necessitados."
No jogo frente aos Jets, Matt Lengel participou em 24 jogadas e calcula-se que também esteja muito ativo, no domingo, em Miami.